Nove meses depois de encerrados os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia, marcados pela controvérsia em torno da lei contra a “propaganda gay” instituída no país, o Comitê Olímpico Internacional tomou medidas para que a mesma situação não se repita no futuro. Segundo o jornal The Chicago Tribune, o COI votou unanimemente hoje para que se siga a recomendação de se adicionar termos proibindo a discriminação quanto à orientação sexual na Carta Olímpica.
No documento, que descreve os princípios olímpicos que guiam as competições, agora constará:”Os direitos e liberdades definidas por essa Carta Olímpica serão garantidos sem qualquer tipo de descriminação, seja de raça, cor, sexo, orientação sexual, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outro status”. Esses termos também serão adicionados aos contratos assinados entre os futuros países-sede dos Jogos Olímpicos e o COI.
Os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi foram pontuados por campanhas para que o evento fosse boicotado em represália às leis homofóbicas recém-aprovadas na Rússia. Também houve campanhas para que os patrocinadores do evento fossem boicotados. Ícones como Cher, Madonna e Lady Gaga protestaram contra as leis contra a propaganda gay, que pune com multa e prisão qualquer pessoa que transmita informações favoráveis aos gays a menores.
Não se sabe ao certo como isso influenciará os futuros países que se candidatarem a sediar os jogos. Os finalistas que no momento concorrem para receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, Pequim, na China, e Almaty, no Cazaquistão, não possuem nenhuma legislação específica contra homossexuais, mas há altos níveis de discriminação e violência contra homossexuais nos dois países, além de pressões internacionais para que o Cazaquistão aprove leis semelhantes às da Rússia.
Organizações de militância LGBT continuam pressionando o COI para que a identidade de gênero também seja protegida nos princípios antidiscriminatórios da Carta Olímpica.